quinta-feira, 15 de julho de 2010

A Alma do Poeta


A alma do poeta é emoção.

É ilusão,É capaz de criar, recriar, combinar..

.E ver em uma gota de água, um pedacinho do mar.

E chega, na alegria, ao êxtase mais embriagante.

E, na tristeza, a dor mais lancinante.

Sofre, morre, se dissolve.

E sorri, e respira, e encontra.

A beleza existente nas menores coisas do viver.

A alma do poeta chega até a luz, e as estrelas.

E se inflama no sol.

E se embebe de pureza.

Nas profundezas do mar.

O poeta transforma suas mais profundas sensações.

Em cores dos sonhos mais belos.

Em sons que reproduzem a melodia da criação.

Em palavras que mudam o mundo.A alma do poeta.

Tem tempo e sensibilidade.

Para parar e ver o mundo.

E ver a realidade.

Brinca de imitar Deus, na magia da criação.

A alma do poeta.

É só emoção!
(Alba Krishna Topan Feldman)

domingo, 4 de julho de 2010



Causos

“Quando Machado de Assis morreu, um de seus amigos, José Veríssimo, escreveu um artigo em sua homenagem. Numa explosão de admiração pelo homem de origens modestas e ancestrais negros que tornara-se um dos maiores romancistas do século, Veríssimo violou uma convenção social e refeiu-se a Machado como o mulato Machado de Assis. Joaquim Nabuco, que leu o artigo, rapidamente percebeu o faux-pas e recomendou a supressão da palavra, insistindo que Machado não teria gostado dela. “Seu artigo no jornal está belíssimo” – escreveu a Veríssimo – “mas esta frase causou-me arrepio: mulato, foi de fato grego da melhor época. Eu não teria chamado o Machado de mulato e penso que nada lhe doeria mais do que essa síntese. Rogo-lhe que tire isso quando reduzir os artigos a páginas permanentes. A palavra não é literária e é pejorativa, basta ver-lhe a etimologia. O Machado para mim era um branco e creio que por tal se tomava…”
*retirado de “Da Monarquia à República: momentos decisivos” , de Emilia Viotti da Costa